3 pilareos no tratamento para autismo

3 pilares do êxito no tratamento para autismo

Geralmente, uma criança que já recebeu um diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista – TEA, a partir de uma certa idade ela está convivendo com terapeutas, professores e outros profissionais da área da educação e a família que ela já convive. À essa altura todos estão empenhados ou pelo menos deveriam, no desenvolvimento da criança. Mas será que conhecem os benefícios de conciliar os 3 pilares do êxito no tratamento para autismo?

Já disse aqui no Blog que a falta de informação é algo que impacta muito no desenvolvimento da criança com atrasos do neurodesenvolvimento. Mas há outro erro que pode ser cometido por alguma das partes que é achar que a responsabilidade do desenvolvimento da criança é apenas da terapia, ou ainda que a responsabilidade é exclusiva da família.

Isso piora mais quando alguma dessas partes resolvem culpar a outra pela demora no desenvolvimento dessa criança, negligenciando sua própria participação nesse processo.

Quando se trata da medicina convencional, ao procurarmos um médico devido uma determinada dor que sentimos, logo após diagnosticado a doença, tomamos o remédio e realizamos o tratamento prescrito pelo médico. É esperado a cura para essa enfermidade e quando isso não acontece, voltamos ao médico novamente para reavaliar porque a cura não aconteceu como esperado.

Mas quando se trata de qualquer transtorno no desenvolvimento da criança isso se torna muito complexo. A começar pelo diagnóstico que precisa de um profissional bem capacitado. No post “Como é feito diagnóstico para autismo” falo um pouco sobre a complexidade desse diagnóstico.

Entretanto, a busca por soluções rápidas e milagrosas ou medicamentos que prometem melhoras, não caracterizam o melhor caminho para resolver as demandas encontradas no TEA.

Em um transtorno tão complexo como TEA, para haver um bom resultado no desenvolvimento da criança, é necessário ir além de bons terapeutas, escolas ou materiais pedagógicos caros.

Assim como em um time de futebol, por exemplo, é necessário que haja uma boa interação entre todos os integrantes desse time para conquistar uma boa partida, para o desenvolvimento de uma criança isso também se torna necessário!

Em um time de futebol, não adianta a defesa ser muito boa se os atacantes não conseguirem marcar gols, nem tampouco os atacantes marcarem gols, mas a defesa deixar passar todos os ataques do time adversário.

Quando há a integração da escola-terapia-família, a criança tem um ganho significativo no seu desenvolvimento. Mesmo em crianças neurotípicas é necessário haver a integração da família com a escola. E devido a criança atípica estar em intervenção com vários profissionais, essa integração se faz necessária.

Os 3 pilares

Escola

De acordo com a Lei brasileira de Inclusão,  13.146/15 é garantida a educação de pessoas com necessidades especiais em Escolas de Ensino Regular, conforme estabelecido no Capítulo IV.

Entretanto o que vemos na prática, é uma dificuldade no desenvolvimento de propostas pedagógicas específicas e profissionais pouco capacitados para promover a inclusão dessas crianças.

Isso quer dizer que, há uma necessidade de sincronizar o plano pedagógico que a criança vai seguir na escola, com o trabalho que está sendo realizado pela equipe terapêutica, levando em consideração o nível de comprometimento da criança.

A escola tem um papel muito importante no desenvolvimento da criança, não apenas pedagógico, mas proporciona a inclusão, socialização, estimula a comunicação, entre outros fatores que são críticos para uma criança com TEA.

Terapia

Na terapia, após as avaliações, são mapeadas as habilidades que a criança possui e as que precisam ser trabalhadas. Quando essa criança está em uma intervenção intensiva e com uma equipe multidisciplinar, essas habilidades são trabalhadas com objetivo de reduzir ao máximo os déficits.

Porém, é necessário que a criança consiga ampliar o seu repertório comportamental e generalizar as habilidades adquiridas fora do ambiente de uma clínica, ou seja, nos outros ambientes sociais que a criança frequente.

Dessa forma vemos que o desenvolvimento da criança será muito melhor se ela usar todo o contexto familiar e escolar para se desenvolver, pois são esses ambientes que favorecem generalização das habilidades desenvolvidas em terapia.

Família

A família é o primeiro vínculo social que a criança estabelece. Os pais ou cuidadores exercem o papel importante no desenvolvimento dessa criança, proporcionando abrigo, alimento, cuidado, afeto.

Os pais ou cuidadores são as pessoas mais capacitadas a dizer sobre essa criança. Entretanto quando diante de uma intervenção, como no caso do TEA que estamos tratando nesse artigo, as orientações da equipe multidisciplinar se faz necessário para melhor resultado da intervenção.

Para que isso tudo caminhe de forma harmoniosa, é indispensável um ambiente organizado, rotinas bem estabelecidas e garantir a continuidade do tratamento que a criança recebe da equipe terapêutica em casa.

Benefícios de conciliar os 3 pilares no tratamento para autismo

Aqui podemos analisar o desfecho de uma boa intervenção, fazendo jus a várias metáforas ou analogias, como da equipe de futebol que mencionei acima, ou ainda “uma andorinha sozinha não faz verão”.

Quero que você saiba que todo esforço diário pelo desenvolvimento do seu filho não é inválido, ele produzirá resultados e terá impacto no desenvolvimento dele.

Mas quando o trabalho é feito integrando esses 3 pilares do êxito no tratamento para autismo, escola-terapia-família, o desempenho da criança acontece de forma mais rápida e eficiente.

Ampliando assim as possibilidades comportamentais da criança em generalizar comportamentos, aquisição de habilidades que favorecem autonomia e repertório acadêmico satisfatório, dentro das possibilidades da criança.

Vale ressaltar que para que esses 3 pilares no tratamento para autismo de fato seja um sucesso, é necessário que haja respeito e confiança em cada uma das partes envolvidas. O mérito não é de um só e quem ganha nesse jogo é a criança.

Um abraço,

Rachel Chaves

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